domingo, 1 de julho de 2007

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O Destacamento Aéreo da Madeira, está sem “Merlin”, o helicóptero que chegou há pouco mais de um ano, mas que teve de parar por falta de comandante. A situação levou a que fosse o Aviocar a avançar para as missões de evacuações sanitárias, aquelas em que os voos se fazem entre aeroportos, deixando as missões de Busca e Salvamento para o navio patrulha destacado no Comando de Zona Marítima da Madeira e para um dos “Merlin” estacionados ou na Base das Lajes, nos Açores, ou na Base Aérea nº 6, no Montijo. Tudo depende de onde decorrer um eventual acidente.Das Relações Públicas da Força Aérea Portuguesa tivemos a confirmação de que estão a ser formados novos comandantes para os doze helicópteros que deveriam estar a operar, mas apenas seis deles estão operacionais, porque efectivamente é esse o número de comandantes que existem neste momento. O tenente-coronel António Seabra afirmou ao Jornal que a situação está a acontecer temporariamente e que o “Merlin” voltará à Madeira logo que os novos comandantes, actualmente em formação, estiverem aptos. Mas a formação dos novos pilotos, tanto quanto se consegue perceber pela legislação internacional de aviação, tem sempre de obedecer a um mínimo de horas de voo e, nesta altura, pelo que soubemos, nenhum dos pilotos em formação específica para o “Merlin” tem horas suficientes de voo noutros aparelhos para operar, nos próximos meses, um dos aparelhos, seja de que modelo for. Os que mais se aproximam são três comandantes que transitam dos Pumas.FA sem capacidade de segurar altos quadrosA realidade é que a Força Aérea tem vindo, ao longo dos anos, a perder os quadros altamente especializados para o mercado civil. O exemplo das companhias aéreas é o mais flagrante, mas há também quem saia para empresas de combate a fogos florestais. Dos nove comandantes que operavam em Novembro de 2006, passarão a ser cinco no final deste mês e, desses, um vai casar e gozar os dias a que tem direito. Ou seja, ficará reduzida a quatro a capacidade operacional daquela esquadra da Força Aérea, mas nada garante que os que neste momento estão a trabalhar continuem naquele ramo das Forças Armadas. O mesmo cenário tem acontecido com os pilotos de outras aeronaves, nomeadamente com os dos Aviocar. Açores com dois, Madeira sem nenhumHá quem, nos meios da Força Aérea, questione esta opção, uma vez que se mantêm nos Açores duas tripulações em permanência. Ironizando, a nossa fonte faz votos para que não haja nenhum acidente perto das Selvagens, porque aí será difícil saber se avançará o “Merlin” do Montijo ou o dos Açores, porque só para sair das Lajes e chegar a sul da Madeira são cinco horas. Além disso, deixar nas mãos da Marinha a responsabilidade de busca e salvamento pode parecer paradoxal, porque foi o Estado português que recebeu apoios internacionais para ter aqueles meios de busca e salvamento na Força Aérea e não na Armada. Enfim, a verdade é que foi a Madeira que ficou prejudicada e a situação só poderá ser resolvida dentro de alguns meses. Até lá, cspera-se que não haja perda de vidas a lamentar…12 “helis” adquiridos com apoios da UEA Força Aérea Portuguesa adquiriu, ainda no decorrer de 2005, 12 helicópteros “Agusta Westland EH-101” em três variantes distintas para três tipos de missões diferentes. A frota de aparelhos que conhecemos por “Merlin” consiste em 6 “helis” de variante SAR (Busca e Salvamento), 2 de variante SIFICAP (Sistema de Fiscalização das Pescas) e por 4 de variante CSAR (Busca e Salvamento em Combate). Os mais baratos custaram cerca de 23 milhões de euros e os mais dispendiosos, com cauda retráctil, preparados para estas últimas missões, ascenderam a 25 milhões. A União Europeia co-financiou parte destes aparelhos, mas o que é um facto, neste momento, é que dos doze teoricamente operacionais, apenas seis podem levantar voo. Mas isso por enquanto, porque se algum dos seis comandantes adoece ou se troca a Força Aérea por um privado, o número ainda fica mais reduzido.
Fonte: Jornal da Madeira

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