O helicóptero do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC) que, anteontem à noite, procedeu ao resgate das vítimas do acidente na Linha do Tua esteve parado durante duas horas (das 22h à meia-noite) a aguardar reabastecimento no aeródromo de Vila Real. Como o helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) que também esteve na zona do acidente já tinha, entretanto, regressado a Matosinhos, nesse espaço de tempo não teria sido possível, caso necessário, resgatar os corpos que os bombeiros procuravam no local (um foi ontem resgatado e dois continuam desaparecidos). A hipótese de se accionar meios alternativos não foi, ao que o JN apurou, equacionada em nenhum momento. As falhas estenderam-se às comunicações entre os responsáveis no terreno e os tripulantes do helicóptero do SNBPC. A falta de um rádio de banda aeronáutica, específico para operações com meios aéreos, impediu a comunicação entre uns e outros. Em quase toda a área da Linha do Tua os telemóveis deixam praticamente de funcionar. O local preciso do acidente "é dos poucos onde os telemóveis funcionam, mas mesmo assim com falhas", adiantou fonte dos bombeiros. No entanto, a Protecção Civil poderia ter estabelecido uma rede com recurso a uma espécie de repetidor transmitindo para um ponto mais alto e daí para os outros pontos, o que não se verificou. Outro "héli" no AlgarveDepois do resgate dos dois jovens que sobreviveram ao acidente e do seu transporte para Vila Real (ver página seguinte),o helicóptero do SNBPC já não regressou nessa noite ao local. Este "héli" está habitualmente estacionado em Santa Comba Dão, uma vez que existem apenas dois em todo o país, para apoio aos bombeiros, em missões deste género - o outro está em Loulé, no Algarve. Segundo apurámos junto de várias fontes, o helicóptero aterrou em Vila Real para reabastecer, mas a bomba de combustível do aeródromo deixou de funcionar. "Durante duas horas foi um autêntico rebuliço", disse uma fonte contactada pelo JN. A solução encontrada acabou por ser a de pedir o combustível aos bombeiros de Armamar (a cerca de 50 quilómetros), onde existe um heliporto utilizado como base no combate a incêndios no Verão. Dos mil litros necessários, "os bombeiros de Armamar acabaram por conseguir transportar apenas 200, pois não tinham vasilha adequada. Estes 200 litros foram suficientes para que o helicóptero voasse até àquela vila, onde reabasteceu na totalidade, "ficando aí estacionado durante a noite, tendo tentado novas buscas pela manhã, dificultadas pelo forte nevoeiro", acrescentou uma das fontes.O vice-presidente da Câmara de Vila Real e presidente da empresa municipal Vila Real Social, António Nazaré Pereira, explicou ao JN que "o alerta para o aeródromo foi dado cerca das 20 horas, e esteve tudo operacional para dar apoio aos helicópteros envolvidos no resgate em Carrazeda de Ansiães. No entanto quando foi necessário abastecer, a bomba avariou. Como o técnico da BP se encontrava em Setúbal noutro serviço, não foi possível resolver a situação, pois só alguém especializado o poderia fazer". Ainda segundo aquele responsável, "trata-se de uma bomba eléctrica, e ainda foram feitas várias tentativas para resolver o problema manualmente, mas os esforços foram infrutíferos" . O técnico esteve ontem, à tarde, no aeródromo e o problema foi, entretanto, solucionado.
Fonte: Ermelinda Osório, José Mota; JN
Fonte: Ermelinda Osório, José Mota; JN
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